Santa Rosa, Rio Grande do Sul 1988
Seria possível levitar objetos e até mesmo fazer com que pedras flutuassem apenas com o poder da mente ?
Leonice fitz.
Os fenômenos vieram a público em abril de 1988, quando o jornal “Zero Hora” estampou em sua capa, uma foto da menina erguendo o colchão de sua cama sem toca-lo.
De acordo com sua mãe, Ema, desde bebê ela já mantinha um comportamento esquisito, quando em idade escolar, divertia-se fazendo brincadeiras de mau-gosto com os colegas, como fazer voar os bonés dos meninos pelas janelas da sala de aula, e fazer com que pedras da estrada levitassem dançando pelo ar no caminho para casa.
Pratos decolavam da mesa de jantar, levitavam como disco-voadores, depois se espatifavam contra a parede. Luzes piscavam na roça de milho, mas não eram vaga-lumes. Espíritos apareciam para um bate-papo, comunicando-se por meio de batidinhas e toques, num código morse de arrepiar os cabelos. Cadeiras se arrastavam sozinhas, colchões se retorciam, lâmpadas estouravam fulminadas pelo olhar.
A responsável por esses fenômenos paranormais, que provocaram um turbilhão de espantos na região de Santa Rosa, em 1988.
No final da matéria ecesse o link para ver videos com reportágens completas sobre Leonice Fitz.
— Comecei a me divertir cada vez mais — dizia ela, pegando mais um cigarro da carteira posta sobre a cama.
Em casa, somente o pai, Anildo Fitz (morto em 2003, aos 57 anos), conseguia evitar, num duelo de olhares, que a filha despedaçasse o que restava da louça. Mas os fenômenos assumiram tais proporções que a prefeitura de Santa Rosa pediu a ajuda do padre e parapsicólogo Edvino Friderichs. Veterano na investigação de casos semelhantes, o estudioso diagnosticou:
— O problema é que ela acha graça quando isso acontece, sem levar em conta que se trata de um desequilíbrio físico e psíquico.
Padre Friderichs tratou Leonice no final dos anos 80, tentou ensiná-la a controlar o porão obscuro da mente. Não adiantou. Ela seguiu conversando com o além, o interlocutor preferido era o tio-avô Otto Fitz, a quem se atribuía façanhas como hipnotizar serpentes e adormecer touros bravios. Enquanto Leonice falava, a alma do antepassado percutia as respostas codificadas na parede.
Manteve por 10 anos um consultório espiritual e .Assegurava que usava seus dotes para curar pessoas com distúrbios, possessas, que vinham até do Paraguai e da Argentina. Um dos pacientes mais endiabrados foi um rapaz de Porto Mauá, que atearia fogo em galpões tendo por combustível a força do pensamento.
Um pouco antes de adoecer, Leonice surpreendeu o marido, o jardineiro Armindo Herzog, 57 anos. Os dois foram ao supermercado, Armindo trancara a porta da casa e metera a chave no bolso. Durante as compras, ela avisou:
— Ó, acabei de abrir a nossa casa.
— Não pode. A chave está comigo — protestou o marido.
Ao voltarem, o boquiaberto Armindo deparou com a porta escancarada. E não foi obra de ladrões — garantem os dois, ela com um sorriso travesso na face emagrecida.
Leonice Fitz faleceu em 2010 aos 34 anos vítima de câncer nos ossos.
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